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quarta-feira, 4 de julho de 2012

Hiperatividade: algumas reflexões...



Faz muito barulho, fica remexendo mãos e pés; não fica sentada por muito tempo; pula ou corre excessivamente; muito agitada; fala demais; responde a perguntas antes de ser perguntada; dificuldade de esperar. Esses são alguns dos sintomas das muitas crianças diagnosticadas como hiperativas.

                Com o diagnóstico em mãos, o que resta na grande maioria dos casos é recorrer à medicação. O número de crianças medicadas com Ritalina (o remédio mais utilizado para o diagnóstico de Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade) é alarmante. O que não se está levando em consideração são os efeitos colaterais que tais substâncias químicas provocam no desenvolvimento das crianças.

                Entre tantos outros efeitos colaterais seguem alguns descritos na própria bula da Ritalina: diminuição de apetite; distúrbios do sistema imunológico; psicose tóxica (algumas vezes com alucinações visuais e táteis); cefaléia, sonolência, tontura; dificuldades de acomodação da visão e visão embaçada; taquicardia, palpitação, arritmias, alterações da pressão arterial e do ritmo cardíaco (geralmente aumentado); leve retardamento do crescimento durante o uso prolongado em crianças entre outros.

                Aqui gostaria de alertar aqueles pais que acabam utilizando o diagnóstico de hiperatividade, para encher seus filhos de remédios e mantê-los, assim, mais sossegados. Não é por nada que a Ritalina foi batizada como a “droga da obediência”. Segundo a Psicóloga Marise Corrêa Neto, é comum os pais solicitarem aos médicos que aumentem a dose da medicação ou não interrompam nas férias, sendo que a mesma deve ser administrada com muita cautela e apenas em alguns períodos (quando de fato for constatada a necessidade).

                Precisamos estar mais atentos aos comportamentos das crianças, os quais nos indicam se o seu desenvolvimento está acontecendo de forma saudável ou não. Se uma criança está muito quietinha ou ao contrário muito agitada é sinal de que algo não está bem. Devemos então nos perguntar: o que esse comportamento quer dizer? o que essa criança está querendo nos mostrar com essa agitação toda?

                Porém, quando se utilizam medicamentos para abafar tais sintomas, a criança se apaga (literalmente) e dessa forma ficam adormecidos os comportamentos que poderíamos interpretar e traduzir em ações que as ajudassem a aprender a lidar com as situações do dia a dia que lhe parecem difíceis.

                Uma dica: ao invés da medicação, vamos procurar ajuda de profissionais capacitados, onde através de terapias, possam de fato ajudar essas crianças e também suas famílias (que tanto precisam de orientação).  E quando essas dificuldades aparecerem no ambiente escolar, o Psicopedagogo fará muito bem esse papel.

                Para finalizar, deixo a fala de Alícia Fernandez, renomada Psicopedagoga Argentina que nos remete à reflexão: “A sociedade globalizada desatende a todos e coloca como doença o que as crianças ainda podem denunciar com sua inquietude e falta de atenção. As crianças perguntam, são perguntas. As perguntas não escutadas derivam sintomas. Como escutar suas perguntas antes de medicá-las? O que sucedeu para que uma quantidade de mães e pais de crianças aceitem e solicitem drogas para acalmar  seus filhos ou para que sejam exitosos?”


Laura Cristina Nardi Callegari
Psicopedagoga