Superproteção!
Novamente
me coloco a escrever sobre o universo infantil, sabendo que muito do que somos
hoje enquanto adultos, tem relação direta com o que vivemos e experimentamos em
nossos primeiros anos de vida. Vale a reflexão para que todos nós estejamos mais
atentos a algumas manifestações das crianças, como sintomas de algo que não vai
bem em seu desenvolvimento.
Dificuldade
para realizar atividades que a maioria das crianças da sua idade já fazem
sozinhas; medo de enfrentar situações diferentes daquelas às quais está
corriqueiramente acostumada; falta de iniciativa; atrasos no desenvolvimento
geral. Essas são algumas das manifestações que podem aparecer quando a criança
é superprotegida por seus pais.
Com
o intuito de bem educar um filho, alguns pais pecam pelo excesso de cuidados,
privando-o de todos possíveis perigos. Assim, acabam fragilizando o pequeno ser
que, dessa forma, não tem a possibilidade de aprender como se comportar, como
agir diante das mais diversas situações pelas quais passa em seu dia a dia.
Entre
os motivos que levam alguns pais a exagerarem nos cuidados com seus filhos,
está a culpa por terem pouco tempo no dia a dia para ficar com os mesmos. Então,
nesse pouco tempo em que estão juntos acreditam que é necessário zelar totalmente
pelo bem estar da criança. Nada poderá lhes faltar. Tudo deverá ser ofertado.
Todos os desejos deverão ser realizados.
Então,
ainda na escola de educação infantil terão que passar por duras provas quando
descobrirem que as coisas não acontecem única e exclusivamente a partir dos
seus desejos. E terão de aprender a se virar e fazer as coisas por si só, pois
a mamãe e o papai não estarão ali (ainda bem) para fazer por eles.
E
que bom que muitas crianças têm a possibilidade de encontrar na escola um jeito
diferente de lidar com as situações, assim como os pais também podem encontrar
suporte com os profissionais que ali estão, pois quantos não são os adultos
que, por N motivos, seguem com aquelas dificuldades que elenquei inicialmente no
texto?
Para
finalizar, gostaria de dizer que apesar de ainda não ser mãe, tenho certeza de
que não deve ser lá muito fácil saber dosar o quanto de proteção, o quanto de
limites, o quanto de estímulos é o ideal para que um filho tenha um
desenvolvimento sadio. Mas também tenho convicção de que sempre teremos por
perto pessoas que podem nos ajudar a encontrar o equilíbrio. Basta estar
disposto para aprender!
Laura Cristina Nardi Callegari - Psicopedagoga