Faz muito barulho, fica remexendo
mãos e pés; não fica sentada por muito tempo; pula ou corre excessivamente;
muito agitada; fala demais; responde a perguntas antes de ser perguntada;
dificuldade de esperar. Esses são alguns dos sintomas das muitas crianças
diagnosticadas como hiperativas.
Com
o diagnóstico em mãos, o que resta na grande maioria dos casos é recorrer à
medicação. O número de crianças medicadas com Ritalina (o remédio mais
utilizado para o diagnóstico de Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade)
é alarmante. O que não se está levando em consideração são os efeitos
colaterais que tais substâncias químicas provocam no desenvolvimento das
crianças.
Entre
tantos outros efeitos colaterais seguem alguns descritos na própria bula da
Ritalina: diminuição de apetite; distúrbios do sistema imunológico; psicose
tóxica (algumas vezes com alucinações visuais e táteis); cefaléia, sonolência,
tontura; dificuldades de acomodação da visão e visão embaçada; taquicardia,
palpitação, arritmias, alterações da pressão arterial e do ritmo cardíaco
(geralmente aumentado); leve retardamento do crescimento durante o uso
prolongado em crianças entre outros.
Aqui
gostaria de alertar aqueles pais que acabam utilizando o diagnóstico de
hiperatividade, para encher seus filhos de remédios e mantê-los, assim, mais
sossegados. Não é por nada que a Ritalina foi batizada como a “droga da
obediência”. Segundo a Psicóloga Marise Corrêa Neto, é comum os pais
solicitarem aos médicos que aumentem a dose da medicação ou não interrompam nas
férias, sendo que a mesma deve ser administrada com muita cautela e apenas em
alguns períodos (quando de fato for constatada a necessidade).
Precisamos
estar mais atentos aos comportamentos das crianças, os quais nos indicam se o
seu desenvolvimento está acontecendo de forma saudável ou não. Se uma criança
está muito quietinha ou ao contrário muito agitada é sinal de que algo não está
bem. Devemos então nos perguntar: o que esse comportamento quer dizer? o que
essa criança está querendo nos mostrar com essa agitação toda?
Porém,
quando se utilizam medicamentos para abafar tais sintomas, a criança se apaga
(literalmente) e dessa forma ficam adormecidos os comportamentos que poderíamos
interpretar e traduzir em ações que as ajudassem a aprender a lidar com as
situações do dia a dia que lhe parecem difíceis.
Uma
dica: ao invés da medicação, vamos procurar ajuda de profissionais capacitados,
onde através de terapias, possam de fato ajudar essas crianças e também suas
famílias (que tanto precisam de orientação). E quando essas dificuldades aparecerem no
ambiente escolar, o Psicopedagogo fará muito bem esse papel.
Para
finalizar, deixo a fala de Alícia Fernandez, renomada Psicopedagoga Argentina
que nos remete à reflexão: “A sociedade globalizada desatende a todos e coloca
como doença o que as crianças ainda podem denunciar com sua inquietude e falta
de atenção. As crianças perguntam, são perguntas. As perguntas não escutadas
derivam sintomas. Como escutar suas perguntas antes de medicá-las? O que
sucedeu para que uma quantidade de mães e pais de crianças aceitem e solicitem
drogas para acalmar seus filhos ou para
que sejam exitosos?”
Psicopedagoga
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