“A pessoa com
deficiência é como se fosse uma eterna criança”. Essa é uma das frases que mais
escuto e gostaria de trazê-la para reflexão, juntamente com o caso de uma moça
de 35 anos de idade, que tem síndrome de down. Essa moça, apesar da idade, tem
uma casa de boneca construída no pátio da casa da sua família, na qual a mesma
passa boa parte do dia brincando. Ué? Uma moça de 35 anos de idade brincando de
casinha? Pois é! Enquanto as moças da idade dela estão trabalhando, estudando
ou ocupando algum lugar social na família (enquanto mãe, tia, mulher), Judite
(a moça que tem síndrome de down) está ocupada com o seu mundo de faz de conta.
Sua família pensa que por ela ter nascido com síndrome de down nunca poderá
aprender o que outros aprendem. Alguns até afirmam que ela será sempre uma
eterna criança. Mas eu me pergunto: algum dia Judite teve a oportunidade de
fazer o que os outros adultos fazem ou a ela somente foram oferecidas
atividades, brincadeiras do mundo infantil? Por que Judite, apesar de ter 35
anos de idade, ainda tem uma casinha de boneca? Por que ela não teria outras
coisas para fazer? Será? Será que Judite não poderia estar trabalhando, estudando,
cuidando de sua vida??? Muitas das dificuldades que fazem parte da vida de
algumas pessoas com deficiência têm muito mais a ver com mitos e preconceitos
do que de fato com limitações para o aprendizado. Não é a deficiência que vai
definir o que uma pessoa irá ou não aprender. As oportunidades de aprendizado
que ela terá é que farão toda a diferença.
Laura Cristina Nardi Callegari
Psicopedagoga
Psicopedagoga
lauracnardi@yahoo.com.br
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