Sejam bem vindos!

Aqui, gostamos de falar sobre histórias que deram certo... Histórias de superação das dificuldades, das deficiências, dos obstáculos... Se aprender é para todos, precisamos descobrir caminhos que abram as portas para o aprendizado... Sejam bem-vindos!





























quarta-feira, 14 de novembro de 2012


A adoção pelo coração!

A adoção sempre foi um tema que me chamou atenção por tudo o que se fala a respeito e que muitas vezes não condiz com a realidade de fato. Já fui professora de crianças que foram acolhidas por famílias adotivas e conheci duas situações: a daquelas que sabiam da sua verdadeira história de vida e também de outras que não sabiam.

E entre essas vivências fui aprendendo e comprovando na prática que todos nós temos direito a conhecer nossa origem, mesmo que a realidade seja mais dura do que gostaríamos que fosse. Também aprendi que não necessariamente uma criança adotada vai ser revoltada (e essa é uma ideia do senso comum). A forma como ela vai se desenvolvendo e a personalidade que ela irá construindo vai depender muito da maneira como for educada.

Já conversei com alguns pais de crianças adotivas, os quais não queriam contar a verdade ao filho com receio de que quando fosse maior esse filho os rejeitasse e escolhesse os pais biológicos para poderem conviver. Será possível isso? E todo o vínculo criado durante anos de cuidados, proteção, carinho, educação?

Outro preconceito que percebo, em muitos casos, com relação ao filho adotivo, tanto por parte dos pais que o adotam quanto pela sociedade em geral, refere-se ao sentimento de pena para com eles, como se os mesmos precisassem ser recompensados de alguma forma por terem sido rejeitados em um primeiro momento.

 Aí acompanhamos alguns casos de falta de limites, falta de respeito com os pais pois a esses filhos tudo é permitido. Não existem privações, sendo que a frustração (o não poder ter tudo na hora em que se deseja) é totalmente necessária para a construção de um desenvolvimento infantil saudável.

Mas pensem comigo: quantas não são as crianças que nascem e que não são bem vindas por suas famílias? (sim, bem sabemos que muitas crianças são geradas meio que sem querer e quando chegam ao mundo não são acolhidas como poderiam). Dessa forma, mesmo que vivam o resto de suas vidas com a família biológica, se sentirão rejeitadas.

E quantos não são os casais que querem, desejam de verdade ter um filho e por algum motivo não o podem tê-lo e através da adoção conseguem realizar esse sonho? Geralmente são casais que se preparam para serem pais, que se organizam para tal e quando a criança chega, sentem-se em condições emocionais para recebê-la. Como vocês acham que se sente uma criança que sai de uma situação de rejeição (quando é negada pela família biológica) para chegar a uma família que a espera ansiosa para poder lhe ofertar afeto, amparo, educação? Com certeza, se sente no mínimo feliz.

Também já escutei de alguns pais adotivos uma certa preocupação com relação a herança genética deixada pelos pais biológicos da criança, no que diz respeito a formação do caráter e da personalidade. Pesquisas científicas comprovam que o meio ambiente tem muito mais força do que a genética e isso quer dizer que a propensão dessa criança adotada desenvolver uma patologia vai depender muito mais dos estímulos ambientais recebidos no seu cotidiano familiar do que com a própria genética.

Penso que isso tudo, sejam boas notícias, pois ter a certeza de que nada está totalmente dado com o nascimento e ter a possibilidade de mudar de rumo é algo inacreditavelmente lindo.

Laura Cristina Nardi Callegari

Pedagoga, Psicopedagoga, Mestre em Educação

Nenhum comentário: