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quarta-feira, 14 de novembro de 2012


Criança estressada?

               

                Capa da revista ISTOÉ dessa semana, o tema vem despertando interesse em pesquisadores da área da neurociência e comportamento. O motivo disso tudo: um grande número de crianças apresentando sintomas de um mal que até pouco tempo atrás pertencia apenas ao universo adulto. Aqui vamos abordar um pouco dos possíveis porquês de uma criança não poder gozar de uma infância saudável e feliz.

                Em pesquisa desenvolvida com crianças de 7 a 12 anos de idade pela International Stress Management Association do Brasil concluiu-se “que oito a cada dez casos em que os pais buscam ajuda profissional para seus filhos por causa de alterações de comportamento têm sua origem no estresse”. Nesse estudo são elencadas por ordem de relevância as causas do estresse infantil, os quais seguem: crítica e a desaprovação dos pais; excesso de atividades; o bullying e os conflitos familiares.

                Trazendo a pesquisa para a minha área de atuação, cabe dizer que nós educadores bem sabemos que a infância é o momento da criança experimentar, através da brincadeira, do lúdico, suas primeiras aprendizagens. Momento de criar, inventar, descobrir como as coisas funcionam, errar bastante para depois tentar acertar. Mas isso só é possível se a criança tiver tempo para ser criança, ou melhor, se sua família lhe permitir isso.

                O que temos observado em muitos casos é que na ânsia de querer preparar seus filhos para o competitivo mercado de trabalho, alguns pais têm exagerado nas cobranças direcionadas aos pequenos. Pequenos esses que acabam tendo que lidar com situações do mundo adulto, sem ter condições neurológicas e emocionais para dar conta do recado.

                Crianças hiperestimuladas sem tempo para brincar livremente, pois suas agendas nãos as permitem: inglês, natação, informática, balé, escola, etc. Não satisfeitos alguns pais ainda exigem que sejam exímias em todas as áreas nas quais estão tendo atividades (não basta participar, tem que ser o melhor em tudo). Então está feito o desastre. O que era para ser bom se transforma em um monstro que a criança não consegue domar e tão precocemente necessitará da ajuda de profissionais.

                Vejam o que somos capazes de fazer quando agimos sem muito pensar nas consequências. É claro que nem um pai e nem um mãe quer o pior para seus filhos (é exatamente o contrário). Mas em se tratando de crianças, precisamos ter consciência de que são pequenas no tamanho e também são pequenas na sua maturação como um todo, logo não podem ter exigências e atividades que pertençam aos adultos.

                E para finalizar a nossa reflexão e para que também isso nos ajude a tomarmos decisões um pouco mais ponderadas e equilibradas (pois sempre o equilíbrio deve prevalecer) gostaria apenas de lembrar que o mercado de trabalho atual necessita muito mais de pessoas felizes, pessoas com capacidade de transformar os momentos de crise em momentos de produção criativa, pessoas com espírito de liderança e que consigam trabalhar em equipe.

                Posso lhes afirmar que essas características todas podem ser muito bem trabalhadas, no brincar, desde a mais tenra idade, sempre respeitando a individualidade de cada criança, sendo que cada uma vai respondendo aos estímulos positivos que for tento a partir das suas condições, a partir da sua realidade. E para saber se o que estamos oferecendo está na medida certa para a criança, basta observá-la: se ela está feliz é porque é por aí mesmo o caminho.

Laura Cristina Nardi Callegari - Psicopedagoga 

 

               

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