Limites na medida
certa
Por
que será que nos dias de hoje muitos pais têm tanta dificuldade para dizer “não” a seus filhos? Seria talvez pelo fato de
querer ofertar aos mesmos tudo o que não tiveram possibilidade de ter? Ou
poderíamos pensar que para alguns pais a culpa de não poder estar por mais
tempo com seus filhos (devido aos afazeres laborais), os torna totalmente
permissivos?
As
duas hipóteses se confirmam em muitos casos e precisamos pensar sobre isso,
pois sabendo que um ser humano somente se desenvolverá de forma saudável se
tiver a oportunidade de experimentar algumas frustrações em seu caminho, não
podemos mais fazer de conta de que educar desta forma “está tudo bem”.
Crianças
sendo tratadas como reis e rainhas, onde seus desejos são prontamente
atendidos. Pais sem tempo e disposição para ditarem as regras da casa acabam
permitindo que essas crianças “mandem e desmandem” como bem diz o dito popular.
O
“não”, o limite, o direcionamento são totalmente necessários na vida da criança,
para que dessa forma consiga progressivamente atingir um nível de maturidade emocional que
lhe permita compreender que na vida nem tudo vai acontecer da forma como espera
e nem no momento exato que deseja.
Costumo
dizer que tudo o que se ensina a uma criança, ela aprende. Se ela obtiver
ensinamentos do que pode e o que não pode fazer, terá muito mais chances de se
tornar uma criança feliz, saudável e um futuro adulto bem resolvido, que
conseguirá lidar melhor com as situações de frustação que fazem parte da vida.
Caso
não tenha a sorte de ter conhecido enquanto criança esses ensinamentos, porque
seus pais julgaram desnecessários ou sem importância, aprenderá que pode
comportar-se do jeito que considerar mais conveniente para o que deseja,
inclusive podendo entender que “tudo bem” se ela trapacear um colega na escola,
“tudo bem” se ela “pegar” o lanche que não é seu, “tudo bem” se ela agrediu um
coleguinha porque ele não fez o que ela queria.
Guardadas
as proporções do universo infantil, consequentemente podemos pensar que esses
pequenos delitos e maus comportamentos se transformem em atos violentos e de
vandalismo em um futuro bem próximo, já no mundo adulto. Roubar, matar, enganar
podem ser atos facilmente praticados por quem não aprendeu o que é certo e o
que é errado.
Isso
assusta? E é para assustar mesmo, pois não podemos mais permitir que crianças
sejam tratadas como capazes de prover suas próprias necessidades de
desenvolvimento, tendo assim o poder de decisão. Crianças necessitam de adultos
que lhes direcionem, que lhes digam o que é bom e o que não é.
Assim
podemos pensar que a permissividade nos remete ao abandono a omissão de
cuidados. Já o estabelecimento de regras e limites nos lembra amor e cuidado
com o outro. Se você ama seu filho,
esteja mais atento ao que se passa com ele, pois o que pode parecer apenas uma
atitude sem muita importância poderá vir a ser a instalação de um comportamento
totalmente inadequado perante a sociedade e a exclusão será o caminho mais
certo para esse sujeito.
Laura Cristina Nardi
Callegari - Psicopedagoga
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